Cerca de cem policiais militares ocupam a Cracolândia, área conhecida pela concentração de usuários e traficantes de drogas, situada na região central da capital paulista, desde a manhã da terça-feira (3). A ação, denominada “Plano de Ação Integrada Centro Legal”, divide-se em três etapas.
A primeira é a ocupação policial e tem como objetivos coibir o tráfico e impedir o consumo público de drogas. Os usuários são abordados e, se quiserem, encaminhados à rede municipal de saúde e assistência social. Em uma segunda etapa, a ação ostensiva da PM, na visão de Prefeitura e Estado, vai incentivar consumidores da droga a procurarem ajuda (trata-se da absurda “estratégia da dor e sofrimento” – veja aqui). Na terceira fase, a meta será manter os bons resultados.
Porém, especialistas alertam para o fato de que a operação, além de abrir possibilidades de aplicação de uma política de limpeza social, pode criar precedentes para a internação compulsória em massa. Essa é, por exemplo, a opinião do desembargador Antonio Carlos Malheiros, coordenador da Infância e Juventude do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que acompanha a situação dos dependentes químicos na região há cinco meses.
Em entrevista para a Rádio Brasil Atual, Malheiros afirma que “as pessoas não podem ser tratadas como lixo humano que deve ser varrido para debaixo do tapete”. Ele espera que a operação policial na Cracolândia não seja o início de uma campanha de higienização e que não abra precedentes para a internação compulsória em massa no Estado de São Paulo.
Confira a matéria no áudio (4 min):
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