Nem bem a morte do candidato à
Presidência da República Eduardo Campos em um acidente aéreo, nesta quarta
(13), foi confirmada e surgiram comentários com afirmações de mau gosto ou
inferências políticas bizarras nas redes sociais.
Pessoas pedindo para que, no
lugar de Campos, naquele jatinho, estivesse Aécio ou Dilma. Ou colocando a
culpa em um ou em outro pelo acidente.
Não, isso não é piada. Muito
menos revolta contra a política.
Há outro nome para esse tipo de
ignomínia, para essa incapacidade crônica de sentir empatia com os passageiros
de um avião que cai e com as pessoas que estavam em solo. Talvez essa
impossibilidade de se reconhecer no outro e demonstrar algum apreço pela vida
humana seja alguma forma de psicopatia grave.
O que não surpreende, pois tem o
mesmo DNA das discussões estéreis e violentas levadas a cabo na internet, sob
anonimato ou não. Mas não deixa de chocar.
Da mesma forma que choca alguns
colegas jornalistas que no afã de prever o que vai acontecer com as eleições,
analisam de forma desrespeitosa a situação, com ironias e sarcasmos que
não cabem neste momento, desumanizando a cobertura da tragédia em busca de
audiência.
É para isso que a gente
desenvolveu tantas ferramentas tecnológicas com a justificativa de aproximar
as pessoas e facilitar a comunicação? Para podermos mostrar como somos idiotas
em tempo real? Se for assim, estávamos melhor com os tambores.
À família e aos amigos de Campos
e de sua equipe e aos feridos entre os moradores de Santos, minha solidariedade.
Aos que fazem disso uma brincadeira ou uma chance para vender mais, o meu
eterno desprezo.
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