por Carlos Zamith Junior (Juiz de Direito do Tribunal de Justiça do Estado do Amazonas)
"Hoje entreguei os pontos e requeri à Presidência do TJ/AM tornar sem efeito a portaria que me colocou à frente da Justiça Itinerante.
Exercia à função desde novembro de 2003, quando a desembargadora Marinildes Costeira de Mendonça, então Presidente do TJ, convidou-me para tomar conta dos dois ônibus adquiridos no sul do País e adaptados para servir como “tribunal ambulante”, a possibilitar o acesso fácil ao Judiciário à parte da população carente do nosso Estado.
Nesses quase 06 anos de atividade deslocamo-nos aos bairros mais longínquos de Manaus, participamos de projetos em conjunto com Prefeitura, Rotary e Associação de Bairros. e visitamos cidades do interior, próximas à capital, como Rio Preto da Eva, Presidente Figueiredo, Careiro-Castanho e Autazes.
Após a gestão da desembargadora Marinildes, iniciou-se o sucateamento do projeto. Aos trancos e barrancos, sobreviveu às gestões dos desembargadores Carpinteiro Peres e Hosanha Florêncio de Menezes. Na gestão do atual presidente, um dos ônibus foi leiloado por sugestão da eminência parda do Tribunal. O segundo ônibus não teve o mesmo destino porque a desembargadora Graça Prestes Figueiredo intecedeu e evitou a venda.
Atualmente, o ônibus sobrevivente prestava seus serviços na Praça da Igreja Matriz. Na semana passada, apresentou um problema mecânico (o tanque que recebe a água do banheiro e da pia furou), obrigando-nos a paralisar o atendimento ao público.
Hoje, numa reportagem do Jornal Nacional, foram divulgadas as mazelas que assolam o Judiciário do Piauí e, como contraponto, mostrou-se os benefícios da Justiça Itinerante de lá.
Tomara que nosso ônibus não trafegue na contra-mão."
Para saber mais sobre o "desmonte da Justiça Itinerante", acesse o post original publicado em 18/05 no blog "Diário de um Juiz".
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