Nesta sexta (21/06), 76 organizações de esquerda,
representando movimentos sociais, sindicatos e partidos políticos se reuniram
no sindicato dos químicos em São Paulo para avaliar o cenário de mobilizações
no Brasil
José Coutinho Júnior - Brasil de
Fato (via Maria da Penha Neles)
de São Paulo (SP)
Nesta sexta (21/06), 76
organizações de esquerda , representando movimentos sociais, sindicatos e
partidos políticos se reuniram no sindicato dos químicos em São Paulo para
avaliar o cenário de mobilizações no Brasil e como criar uma unidade entre si
para atuar nestas manifestações.
A avaliação feita pelas
organizações é de que as manifestações, que iniciaram em torno da redução da
tarifa do transporte público na cidade, tem um caráter progressista, pois
buscam a ampliação de diversos direitos sociais para a juventude e para a
classe trabalhadora, indignadas com a situação em que vivem há anos.
No entanto, a direita organizada
tenta dar os rumos do movimento, enfatizando o nacionalismo e explorando o
senso comum de que as organizações políticas são a causa dos problemas do país,
afirmando que as manifestações são de um povo que, unido não precisa de
partidos ou organizações.
Dessa forma, a direita inicia um
processo de incitação ao ódio às organizações trabalhadoras, responsáveis por
construir lutas e mobilizações, para que estas sejam impedidas de participar
ativamente das mobilizações com suas pautas progressistas, tentando assim
acabar com o caráter de classe e de luta por direitos concretos das
mobilizações.
A violência, tanto verbal quanto
física, esta causada por grupos de skinheads e neonazistas, que movimentos
sociais, partidos e sindicatos sofreram no ato da última quinta (20/06) em São
Paulo, revela bem a capacidade dessa direita em utilizar o sentimento de
indignação contra a política para expulsar a classe trabalhadora organizada dos
atos.
Frente a isto, as organizações
presentes avaliaram que é o momento de se unir, construindo uma plataforma
política unitária e se organizar para levar as pautas da classe trabalhadora
para as mobilizações, como a democratização dos meios de comunicação, a redução
da jornada de trabalho, a suspensão dos leilões do pré-sal, a reforma política
e a prioridade de investimento dos recursos públicos em saúde e educação,
politizando desta forma as ruas e a população que se manifesta.
A violência deve ser combatida,
mas é preciso ter em mente que ela é causada principalmente por grupos da
extrema direita, e não pela maioria presente nos atos, que acaba sendo
manipulada por estes grupos. As organizações avaliam que devem estar presentes
nas ruas para disputar a consciência destas pessoas, além de realizar uma
jornada nacional de lutas conjuntas para reivindicar suas pautas e mostrar sua
força.
Estavam presentes organizações
como a Marcha Mundial das Mulheres (MMM), a Central Única dos Trabalhadores
(CUT), a Via Campesina, União Nacional dos Estudantes (UNE), Intersindical,
Partido Socialista dos Trabalhadores Unificado (PSTU), Partido Socialismo e
Liberdade (PSOl), Partido dos Trabalhadores (PT), dentre outros. Reuniões como
esta estão sendo feitas em outros estados, como Rio de Janeiro, Brasília e
Minas Gerais.
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